A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Realidade aumentada
A classe média alta brasileira deveria se manter bem longe dos free shops da Florida no próximo verão do hemisfério norte. Notícia publicada hoje no jornal O Globo online dá razões de sobra para os brasileiros passarem bem longe da Disney e imediações.
Imaginem fugir da "pobreza", do "calor" e da "dengue" - características comumente associadas ao nosso país pelos brasileiros abastados - para ir dar de cara com o Psorophora ciliata, uma espécie de pernilongo que quase só tem desvantagens (http://oglobo.globo.com/ciencia/mosquito-gigante-promete-tomar-florida-no-verao-do-hemisferio-norte-7893587). "A espécie é comum em toda a costa leste americana, mas as chuvas tropicais registradas ao longo do ano na região criaram o ambiente ideal para a proliferação do mosquito", explica a notícia.
Para início de conversa, sua "fêmea pode atingir 20 vezes o tamanho de um mosquito comum", um dado que não é nada negligenciável. "Pior que isso, tem um ferrão capaz de atravessar uma camisa e fincar na pele produzindo uma dor descrita pelas vítimas como a de uma facada". E como se tudo isso não fosse suficiente, a larva do bicho é também é voraz, já que "sua espécie é uma das poucas descritas que, quando larva, é predadora de outras larvas que estiverem pelo caminho".
Com tanta desvantagem no ar, na terra e na larva, existe alguma coisa que ainda salva no Psorophora ciliata? A resposta é sim, ao menos uma vantagem ele tem: "Apesar de tudo, fora a dor de sua picada, o bicho não representa uma ameaça à saúde pública, pois não são vetores de doenças. Neste caso, o nosso Aedes aegypti é muito mais aterrorizante e letal".
De qualquer forma, se o viajante brasileiro ainda estiver em dúvida, sugerimos às instâncias sanitárias de ambos os países organizarem um campeonato em pleno Fort Lauderdale, para que o Psorophora ciliata e o Aedes aegypti posso concluir, de comum acordo, quem é que vai tirar o sono dos que sonegam impostos e dormem de consciência limpa.
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