É bem verdade que eu sou um tanto alérgica a ambiguidades e que vivo tripudiando delas, mas a literalidade absoluta pode ser mortal. Literalmente!
Quem nunca ouviu falar naquela expressão "soltar os bichos"? Pois é, só que um camarada do estado de Ohio (EUA) resolveu soltar os seus e se matar logo em seguida (http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/10/19/dono-de-zoologico-particular-em-ohio-abre-jaulas-se-mata-policia-ainda-procura-tres-animais-selvagens-925612769.asp).
Terry Thompson era dono de um zoológico particular chamado "Muskingum County Animal Farm", do qual teve o "cuidado" de libertar 48 animais antes de se matar. Deste total, 30 já haviam sido abatidos pela polícia até a manhã de hoje. Na lista dos bichos de estimação soltos estão animais de porte considerável como "leões, tigres, ursos, guepardos e lobos".
A história deixa, contudo, uma lição: não se pode soltar seus bichos impunemente. O resultado prático da soltura foi uma espécie de toque de recolher na pequena localidade de Zanesville, já que "as escolas precisaram ser fechadas, e os moradores foram instruídos a deixar os filhos e os animais de estimação em casa".
Mas não só os moradores, como os próprios animais foram sacrificados - estes últimos, literalmente. A ordem da polícia era atirar nos animais para matar, pois as autoridades alegaram ser muito perigoso "usar dardos tranquilizantes contra animais selvagens durante a noite".
Ainda não se sabe pos meios utilizados pelo referido Sr. Terry Thompson para se suicidar, mas uma coisa é certa: com tanto desassossego no coração, os bichos mais ferozes, com certeza, não foram libertados, nem muito menos serão abatidos facilmente pela polícia. É que as piores feras, nós as conversamos dentro de nós mesmos.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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