UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Pragmática do discurso em situações de venda

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pragmática do discurso em situações de venda

Ambiguidades, aí vamos nós de novo! Eis aqui um exemplo de ambiguidades em campanha publicitária que pode ser extremamente oneroso não só para o anunciante, como também - e principalmente - para os funcionários do anunciante.

Segundo relata notícia publicada hoje no O Globo online, foram as ambiguidades de uma certa campanha das Casas Bahia que levaram a funcionária Viviane Corrêa da Silva a obter uma indenização por danos morais da sua empregadora (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/25/quer-pagar-quanto-faz-casas-bahia-ser-condenada-indenizar-funcionaria-925652529.asp).

O motivo? "De tanto ouvir piadas e comentários maldosos devido aos broches com os bordões 'Quer pagar quanto?' e 'Olhou, Levou', a funcionária da Casas Bahia Viviane Corrêa da Silva acabou recorrendo à Justiça e conseguiu que empresa fosse condenada a pagar uma indenização de R$ 5 mil por dano moral".

Do lado de cá, a vítima alegou ser "obrigada a usar o broche com os dizeres, partes de uma campanha publicitária da loja". Do lado de lá, "os advogados da Casas Bahia alegaram que os clientes sabiam que as frases ser referiam exclusivamente às promoções e que o broche só era usado quando havia promoções, além de ficarem restritos aos ambientes das lojas". No final das contas, os juízes de primeira e segunda instância entenderam que "as frases nos broches que os funcionários usavam 'dão margens a comentários desrespeitosos por parte de clientes e terceiros', violando o 'patrimônio imaterial do empregado' ".

Moral da história: 1) não existe sentido que seja impermeável ao contexto de interpretação; 2) tem contexto que só atrapalha; 3) acordai, publicitários desse meu Brasil!

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