UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Sexta-feira 13, o mito

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta-feira 13, o mito

Sexta-feira, o mito!

Cresci rindo das pessoas que ficavam de cabelo em pé neste dia. Tanto ri que fiz do 13 meu número da sorte. Até o final do meu celular é 1313.Com isso, passei a vida toda sem ter medo do número 13 e - acreditem - nunca me arrependi deste grande feito.

Mas hoje tive ao menos a oportunidade de matar minha curiosidade e tentar entender o porquê de tanta implicância com esta data: matéria publicada hoje na Folha online tenta fornecer algumas explicações "históricas" para tanto. De uma forma ou de outra, todas elas guardam ligação com o Cristianismo (http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1075344-hoje-e-sexta-feira-13-voce-sabe-por-que-esse-e-um-dia-de-azar.shtml).

A primeira das explicações propõe que a rejeição da sexta-feira 13 tenha ligação com a crença de que Jesus Cristo fora crucificado em uma sexta-feira e no dia 13. Nesta mesma linha de argumento, alega-se que o 13 é também de mau agouro porque foram 13 os participantes da Última Ceia.

Já a segunda explicação estaria ligada ao processo de cristianização dos bárbaros do norte da Europa. No seu processo de abandono de velhas tradições e adoção de hábitos cristãos, os bárbaros passaram a revestir a data com novo significado: "com isso, passaram a espalhar a ideia de que Friga, antes considerada a deusa do amor e da beleza, era uma bruxa que se reunia com feiticeiras, às sexta-feiras, para desejar mal à humanidade" (péssima troca, por sinal; tivessem eles ficado com o amor e a beleza de Friga).

A última das explicações - talvez aquela que tenha mais chances de ter sua veracidade histórica "comprovada" - tem a ver com perseguição religiosa: "Na França, numa sexta-feira 13 de 1307, o rei Felipe IV mandou perseguir os participantes de uma ordem religiosa que não tinham permitido que ele integrasse o grupo".

De todas as explicaões podemos extrair uma base comum: os motivos subjacentes à rejeição da data estão relacionados com eventos funestos ou indesejáveis. Morte, maldade, inveja: o 13 lembra coisas que ninguém lembrar: que o Cristo - que era eterno - acabou morrendo; que as bruxas confabulam nossa desgraça às sextas-feiras; que a rejeição pelo grupo deve ser punida com a morte. São todas "lições" carregadas de sofrimento, vindas de um passado que não queremos ver repetido: por isso mesmo - e muito paradoxalmente! - optamos por esperar tragédias de toda sorte neste dia. Paradoxos do medo e da repetição.

Quanto a mim, tive uma sexta-feira 13 peculiar: meu gás acabou quando ia fazer o café da manhã. Encomendei um botijão de gás, mas como o meu interfone não funcionou, não puderam entregar. Como não sabia que o interfone estava com defeito, esperei 50 minutos pela entrega, até por fim telefonar anulando o pedido. Saí de casa atrasada e sem minhas miligramas diárias de cafeína. Acabei chegando tarde na natação e nadando mil metros a menos do que o desejado. Corri para o trabalho e por lá deixei minha agenda, com anotações imprescindíveis e diversos documentos dentro. Amanhã - graças a Deus, um sábado! - eu volto lá só para pegá-los. E provar que esta história de sexta-feira 13 é balela.

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