UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Um minuto

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Um minuto

Um minuto apenas. Foi o tempo que durou no ar, antes de o foguete norte-coreano que havia sido lançado na manhã desta 6a feira (ou 5a feira à noite, de acordo com o horário de Brasília), após subir cerca de 120 km e se dividir em quatro, para então cair no mar Amarelo.

"Oficialmente, o foguete, de 30 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro, levava um satélite de observação da Terra, o Kwangmyongsong-3 (Estrela Brilhante) para coletar informações sobre as plantações, florestas e os recursos naturais da Coreia do Norte", afirma matéria publicada na Folha online (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1075417-foguete-norte-coreano-e-lancado-e-cai-no-mar-amarelo-apos-1-minuto.shtml).

Extra-oficialmente, no entanto, oOs Estados Unidos e países vizinhos da Coreia do Norte, como a Coreia do Sul, o Japão, a China e a Rússia, acreditam que o exercício espacial encobre um teste de mísseis de longo alcance". Fato digno de nota: a Coreia do Norte acabou unindo contra si desafetos políticos de longa data - como os EUA, a Rússia e a China - de acordo com os quais o lançamento não teria passado de um "teste disfarçado de míssil balístico de longo alcance, que poderia ser o primeiro passo (...) para um teste nuclear".

Bastou um minuto no ar para que o artefato tirasse o sono dos membros do Conselho de Segurança da ONU. Um minuto e nada mais, tal qual certos acontecimentos meteóricos que atravessam nossa vida: basta um breve lapso de tempo para que o artefato produza estragos de longo alcance.

Mas hoje, nem Pyongyang, nem os membros do Conselho de Segurança hão de me tirar o sono. Dormirei, feliz, o sono dos justos: daqueles que viram os destroços do artefato bélico caírem em pleno mar. O sono daqueles que deixam para amanhã o que não poder ser resolvido hoje.

E boa noite!

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