Prezado povo Maia,
O mundo pode até não ter acabado em 21 de dezembro de 2012, mas o que sobrou dele desde então nem está dando para reconhecer! Às portas de um conflito nuclear de proporções mundiais, impulsionado pela Coreia do Norte, a juventude atual até que se mobiliza, mas de uma forma muito distinta daquela que mobilizou seus pais e - quiça - seus avós.
Não faz nem tantos anos assim - "só" uns trinta, talvez - John Lennon e Yoko Ono nos davam o exemplo: em nome do amor e contra a guerra, eles exibiram suas costelinhas magras, brincaram de cabaninha e ainda trocavam bicotinhas, tudo diante das câmeras.
Agora, em pleno ano de 2013, os jovens permanecem diante das câmeras, mas o slogan já é bem outro: "guerra, só se for de travesseiro". Ele emerge no "Dia Internacional da Guerra de Travesseiro", evento criado em 2008 e que mobiliza, simultaneamente, multidões no mundo inteiro (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/bizarro/milhares-de-pessoas-se-reunem-no-mundo-todo-para-guerra-de-travesseiros-1.109724).
Modalidade de evento típica da era das mensagens instantâneas e das redes sociais, o flash mob é capaz de acionar, instantaneamente, pessoas em cidades tão dispersas no globo terrestre como Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, São Paulo, Viena, Paris, Londres e Washington. "Durante o flash mob, os participantes munidos de almofadas 'duelaram' em locais pré-determinados como forma de protesto pacífico contra todas as formas de violência."
Bem, se a intenção era promover um protesto pacífico, então podemos pensar no assunto. Mas se a guerra de travesseiros por acaso degenerar e acabar em briga, por favor, não reclamem comigo. A culpa será de quem tiver tirado o amor da jogada!
É ou não é preocupante, ô povo Maia?
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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