UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Rastreamento

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Rastreamento

Na senda dos atentados cometidos há poucos dias nos EUA, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, revelam, em estudo publicado na Revista Nature Neuroscience, o quanto nosso cérebro é dinâmico e flexível de forma a priorizar atividades de rastreamento: "quando embarcamos em uma busca direcionada, várias regiões visuais e não visuais do cérebro se mobilizam para rastrear uma pessoa, animal ou objeto" (http://oglobo.globo.com/ciencia/pesquisa-mostra-como-cerebro-se-concentra-para-buscar-pessoas-na-multidao-8180879).

A busca por algúem ou por um objeto reorganiza atividades cerebrais corriqueiras e é capaz de estebelecer novas prioridades: "As mudanças ocorrem em muitas regiões do cérebro, não só naquelas que se dedicam à visão. Na verdade, as maiores mudanças são vistas no córtex pré-frontal, que normalmente é atribuído pensamento abstrato, planejamento de longo prazo e outras tarefas mentais complexas."

O principal autor do estudo, Tolga Cukur, é dos mais entusiastas ao descrever seus resutados: "Nossos resultados mostram que nossos cérebros são muito mais dinâmicos do que se pensava, com rápida realocação de recursos com base nas demandas comportamentais, aumentando a precisão com que podemos executar tarefas relevantes".

Entusiasmos à parte, em tempos de caça às bruxas e terroristas, as prioridades mudam tanto e tão rápido que se corre o risco de parar atividades "secundárias" como respirar e comer em prol do rastreamento. Mas a vida é mesmo cheia de contradições: pudéssemos empregar o mesmo esforço em rastrear nossos amigos distantes e teríamos uma vida muito mais interessante.

Sorte nossa é ainda poder contar com a voz de Mercedes Sosa e seu recado mais genuíno: "Quien dijo que todo está perdido?"


Fonte: http://youtu.be/q1laUmcQg38

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