E aqui vou eu num daqueles dias em que se tenta evitar a todo custo temas controversos e com fortes implicações políticas. É que eu tenho abusado muito da sorte ultimamente. Com essa mania incorrigível de falar do que não entendo, as chances de dar um fora aumentam exponencialmente.
Ok. Mas e daí?
Em primeiro lugar, quem mais sofre com as derrapadas do meu crivo limitado é o meu reduzido público-leitor cativo, a saber: uma pessoa que mora na Alemanha, uma outra que mora nos EUA, minha mãe - que provavelmente acessa Internet 3G no Além, pois ela já não está mais entre nós - e mais uns dois brasileiros desavisados. São poucos, é verdade, mas nem por isso são obrigados a ler julgamentos rasos, alinhavados em um texto de má qualidade.
Em segundo lugar, coloco em risco a minha própria credibilidade de analista de tudo e coisa alguma - o que não quer dizer lá grandes coisas, eu sei. Mas é justamente porque tenho algum rasgo de auto-estima que ouso me olhar no espelho e pensar: "filha, aquele texto não ficou bom!".
Finalmente, tem o espelho, que é também obrigado a ouvir isso tudo, e que merece toda a minha estima e consideração.
A conclusão disso tudo é a opção consciente por uma pausa na delapidação pública de temas controversos em prol de um comentário leve e inofensivo - pelo amor de Deus, que ninguém é de ferro.
Pois aqui vai uma notícia que fala de um sujeito que entendeu bem o sentido metafórico da expressão "dar um tiro no pé". Por solidariedade à minha própria atuação nesse blog, que vivo dando tiro no meu próprio pé, resolvi reproduzir na íntegra esta nota curta e plena de sentido que foi publicada no O Globo online de hoje:
"Cumprindo pena por furto na Casa de Custódia Pedro Melo da Silva, em Bangu, o detento Antônio Rafael Barbosa Araújo foi autuado, nesta quarta-feira, na 5ª DP (Mem de Sá), momentos depois de ter furtado o celular de sua defensora pública, durante uma audiência no Fórum. A defensora deu por falta do celular logo depois do encerramento da audiência. Policiais militares revistaram o preso e encontraram o aparelho dentro do bolso de sua calça. Levado à delegacia, ele foi autuado, novamente, por furto" (http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/08/18/ladrao-furta-celular-de-defensora-publica-que-defendia-no-forum-925156445.asp#ixzz1VPmb65Ep).
Comentários? Algum?
Ju,
ResponderExcluirengraçado como hoje me deparei com uma situação dessas, a de dar um 'tiro no pé'. Deve ser por isso que a política não está entre meus assuntos preferidos.
Fiquei pensando em como é controversa a expressão 'tenha sua opinião desde que ela seja só sua'.
E assim tenho observado acontecer: as pessoas têm valor se elas pensam da mesma forma que você (?). Como isto é terrível numa sociedade dita 'democrática'... Uma pena.
Não levo a política para um lado pessoal, de critério para manter as minhas amizades mas se alguém é carente de afiliação a grupos ou causas porque não procurar a associação dos que distribuem sopa para os sem teto da cidade? Pra mim isto também é fazer política.
Isto foi um desabafo. Quanto ao pobre que roubou o celular da própria defensora, coitado... falar o quê?
Beijão.
Pris,
ResponderExcluirMeu problema é que ADORO falar de política. ADORO controvérsias. Antes não gostasse: eu com certeza seria menos ranzinza. Para piorar a situação, sou palpiteira de marca maior. Juntos, esses elementos são típicos de kamikaze em queda livre. Mas num Estado de direito livre e democrático, até os kamikazes obedecem à lei... nem que seja a da gravidade!
Já com relação ao ladrão que roubou a defensora, o caso não deixa margem a dúvidas: o tiro, que era para ser só no pé, acabou saindo pela culatra.
Beijão para você também.
P.S.= Você falou em sopa? Deu fome!
Hehehehe!!
ResponderExcluirBesitos!