O tema já começa a ficar recorrente. Depois da notícia de ontem sobre as briófitas que mantiveram sua capacidade regenerativa intacta após algumas centenas de anos sob o gelo, os mamutes também se regozijam ao sol do Ártico, insinuando que há mais vida sob o gelo que julga a nossa vã filosofia.
De acordo com notícia publicada hoje no jornal O Globo online, cientistas russos da Universidade Federal do Norte, em Yakutsk, estão em polvorosa com a mais nova descoberta em uma ilha ao norte da Sibéria (Rússia). Um mamute morto há cerca de 10 mil anos teve suas fibras musculares tão bem preservadas sob o gelo que parte do seu sangue foi conservado em estado líquido: "De acordo com chefe da expedição, o sangue em seu estado líquido
escorreu da barriga do animal logo depois de quebrarem um pedaço de gelo
grudado à carcaça", relata (http://oglobo.globo.com/ciencia/mamute-preservado-em-gelo-encontrado-com-sangue-em-estado-liquido-8540018).
Em tempos de grandes rumores sobre o aquecimento global, a redescoberta
da vida sob o gelo faz reacender expectativas de clonagem de espécies
extintas há milhares de anos."A descoberta de sangue no estado líquido pode reacender a discussão
sobre clonar o mamífero gigante a partir do DNA preservado pelo
congelamento."
O mais interessante é que
esta notícia veio na sequência da notícia sobre a briófitas que se regeneraram no Canadá, após passarem 400 anos sob o gelo (http://cronicasdejuvenal.blogspot.com.br/2013/05/briofitas.html). De qualquer forma, "trata-se de um episódio intrigante, uma vez que o
mamute estava a uma temperatura de dez graus negativos, o suficiente
para congelar líquidos, inclusive o sangue."
Moral da história: impossível reconciliar os opostos! Enquanto metade do planeta se desespera, pensando no que vai ser do mundo e das marés com o aquecimento global, a outra metade se compraz na alegria de tentar descobrir o que tem debaixo do gelo.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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