UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Ponto de viragem 2

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ponto de viragem 2

E lá se vai mais uma semana de lascar a chapoquinha... Quanta coisa aconteceu! Entre terremotos e furacões, foi também a semana em que limites foram transpostos e recordes foram superados.

Lembram do ponto crítico de emissão de CO2 que, uma vez atingido, tornaria inevitável uma elevação de 2ºC a 3ºC na temperatura média do planeta? (http://cronicasdejuvenal.blogspot.com.br/2013/04/ponto-de-viragem.html). Pois é... Agora é tarde! O ponto crítico foi atingido. E uma vez atingido, não há como se voltar atrás.

A constatação de que atingimos, de fato, a marca símbolo de 400 partes por um milhão (ppm) de dióxido de carbono na atmosfera - atingindo o chamado "ponto de viragem irreversível" - não é exatamente inédita do ponto de vista científico. "Embora tal nível já tenha sido atingido no ano passado durante o verão no Ártico, desta vez a medição vem de uma estação de monitoramento no topo da montanha Mauna Loa, no Havaí, que funciona desde 1958" (http://oglobo.globo.com/ciencia/nivel-de-co2-na-atmosfera-atinge-marca-simbolo-8354703).
Palco para o anúncio da superação de uma marca que já havia sido profeticamente anunciada, a montanha de Mauna Loa não deixa por menos: daqui por diante, ela será lembrada como um lugar mítico, tal qual o Monte Sinai, de onde as revelações são feitas. Mas quem pensou que o alcance da marca aconteceu em caráter de excepcionalidade, errou feio! A superação do ponto de viragem irreversível é a simples comprovação de uma lógica que vai muito além do problema do aquecimento global para se aplicar a tantos outros processos vivenciados pela vida afora: uma vez ultrapassado um determinado ponto, não há como se voltar atrás.

Pois desta vez, então, é para valer. Aliás, como tudo na vida. Mas ainda resta espaço para algum paradoxo: mesmo se no quesito "superação de limites", a semana me brindou com um recorde de permanência em um engarrafamento aqui na Roça Grande (quase 3h!), esta foi também a semana em que vi o pôr-do-sol mais bonito deste ano - pelo menos até agora.

Dos próximos pores-do-sol, contudo, nada sei. Só sei que eles serão, muito provavelmente, cada vez mais quentes.

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