UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Azul da cor do mar

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Azul da cor do mar

Impossível não lembrar da canção de Tim: "E na vida a gente/ Tem que entender/Que um nasce prá sofrer/Enquanto o outro ri..."

E foi realmente triste o fim da cobra cascável que resolveu atravessar, nesta manhã de 4a feira, justamente a Avenida Afonso Pena, na altura do bairro Funcionários, "uma das mais movimentadas da capital" (http://www.hojeemdia.com.br/minas/cobra-cascavel-e-encontrada-na-avenida-afonso-pena-1.126296). Verdadeira artéria do trânsito da Roça Grande, a avenida é movimentada o suficiente para motivar os passantes a matá-la, antes mesmo da chegada dos Bombeiros.

Depois de morta, seu corpo teve o mesmo fim que o de tantos outros indigentes: ela acabou sendo encaminhada à Fundação Ezequiel Dias para servir aos mais altos desígnios científicos. De modo que a cobra cascável talvez nunca tenha sabido do seu verdadeiro caráter de excepcionalidade: "Das 35 espécies que existem no mundo, apenas uma vive no Brasil, ela habita os cerrados, regiões áridas e semi-áridas do Nordeste brasileiro, bem como os campos abertos das regiões Sul, Sudeste e Norte."

Do outro lado da roda da fortuna, contrapondo-se ao triste fim que levou a cobra anônima - e que acabou morrendo de morte matada - surge  "Gavin", o peixe-papagaio que já virou celebridade nas redes sociais (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/bizarro/peixe-sorridente-rouba-cena-em-fotos-de-mergulhadores-e-faz-sucesso-na-rede-1.126648).

A notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia conta que "o Seawalker, um parque de mergulhos na região de Green Island, na Austrália, ganhou esse habitante intrometido há mais ou menos um ano". Gavin é um daqueles casos flagrantes de seres que ganham as pessoas com um simples sorriso: é que, literalmente falando, "o peixe sempre dá um jeitinho de sorrir para as fotos dos turistas que visitam o local para mergulhar."

Enfim: a vida imita a arte ou a arte imita a vida?

Não sei exatamente quem imita quem, mas só sei que a vida de determinadas espécies de animais não deve ter sido muito fácil nos últimos 100 mil anos, depois que o Homo sapiens resolveu sair da África para desbravar o mundo... Mas se o Tim Maia tivesse que dar um conselho para a cobra, ele certamente diria: "Mas quem sofre/ Sempre tem que procurar/ Pelo menos vir achar/ Razão para viver..."

Mas agora é tarde, né, Tim Maia!

Fiquemos então com a canção, meditando sobre que classe de gente queremos ser: os que nascem para sofrer ou para sorrir.


Fonte: http://youtu.be/Htv6bEsEdHk


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