Não sou eu quem diz, mas os pesquisadores da Universidade de Yale que, de acordo com matéria veiculada hoje no jornal O Globo online, teriam publicado recentemente um artigo a respeito no jornal Nature Medicine. "Depressão e estresse crônico podem causar a perda de volume do cérebro, uma condição que contribui para insuficiências emocionais e cognitivas" (http://oglobo.globo.com/saude/pesquisadores-de-yale-mostram-como-estresse-diminui-cerebro-5756299).
A explicação neurofisiológica para a diminuição de volume no cérebro ressalta a ação de uma "espécie de interruptor genético" que seria supostamente responsável pela redução de conexões entre os neurônios. Na verdade, "o interruptor reprime a expressão de genes necessários para a formação de conexões sinápticas entre células do cérebro, que por sua vez contribui para a perda de massa cerebral no córtex pré-frontal".
Tivesse esta notícia sido lida há algum tempo, subiria nas tamancas para questionar explanações científicas que tentam, via de regra, explicar fisiologicamente comportamentos que são também culturalmente informados.
Mas não! Os tempos agora são outros. Não que eu tenha me desapegado da minha vocação culturalista... Mas esta explicação era a justificativa moral que me faltava para eu encarar mais uma vez a estrada: meu córtex pré-frontal precisa se manter robusto e operante!
Por conta desta necessidade - que considero convenientemente fisiológica - vou me retirar por alguns dias para uma missão de suma importância: salvar um cérebro da degenerescência; resolver pendências existenciais de primeiro, segundo e terceiro grau; e alterar padrões de comportamento e pensamento que eu nem sequer sabia que tinha.
Como as metas são ambiciosas, o tempo é curto e a mochila ainda nem começou a ser arrumada, vou deixá-los aqui com uma recomendação expressa: malhem o cérebro! E que todas as suas conexões neuronais permaneçam em paz neste ano tão cheio de surpresas e atribulações.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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