É do tempo do onça o adágio, segundo o qual não se deve julgar pelas aparências. Agora, é sabido e notório que não se deve também julgar pelos rótulos... principalmente pelos rótulos de embalagem de pão integral.
Análise do órgão de defesa do consumidor, Proteste, revela que pão integral industrializado é que nem cabeça de bacalhau: dizem que existe, mas ninguém nunca viu de verdade. Ou melhor, de integral mesmo ele tem muito pouco: "Quatro entre sete marcas testadas têm mais farinha tradicional do que a não
refinada na composição", relata notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo online (http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1180530-teste-mostra-que-pao-integral-tem-mais-farinha-branca-do-que-nao-refinada.shtml).
"A análise mediu a quantidade de fibras dos produtos (todos tinham mais do que o
indicado no rótulo) e avaliou a lista de ingredientes da embalagem que, por
determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, devem ser organizados
em ordem decrescente de quantidade". O resultado revela que em 4 marcas, a farinha branca era o primeiro ingrediente da lista.
No frigir dos ovos, ficou evidente que as marcas se aproveitam da ausência de um marco regulatório claro que determine o que é um alimento "integral", isto é, "quanto de grãos não processados um alimento precisa ter para ser vendido como
'integral'?"
Na prática a resposta é outra: muita farinha branca com um amontoado de fibras. É... Estamos todos levando gato por lebre para casa. No caso, gato branco por lebre integral.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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