Pernas, para que te quero?
Perdão pelo trocadilho, mas a pergunta é tão antiga quanto andar para frente. Mas foi a esta mesma pergunta que o Illacme plenipes, espécie que os cientistas acreditam ser aquela que possui o maior número de pernas no reino animal, achou um jeito muito próprio de responder (http://f5.folha.uol.com.br/estranho/1186068-cientistas-revelam-segredos-de-criatura-de-3-cm-e-750-pernas.shtml).
"Apesar de medir em média somente três centímetros de comprimento, o Illacme
plenipes é o animal com o maior número de pernas do mundo, chegando a ter
750 membros", relata notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo online.
O motivo para tanta perna? De acordo com o cientista Paul Marek, da Universidade do Arizona, "a grande quantidade é uma adaptação ao estilo de vida subterrâneo, já que a
espécie mora a cerca de 10 a 15 centímetros de baixo da terra".
Sim, são muitas as pernas. Mas neste feriado em que o trabalho extra e a chuva deram as mãos e saíram cantarolando pelo dia afora, fico eu aqui pensando no que faria se tivesse 750 membros como Illacme plenipes. Nem precisei gastar minha imaginação: simplesmente dividiria os 750 membros por dois e obteria 375 pares de pernas. Daí, escolheria 375 destinações nesse mundão sem porteira. Cada par de pernas teria cumpriria sua missão diplomática de levar os demais sentidos aos mais longínquos recôncavos desse que Zé Ramalho chamou de "asteroide pequeno que todos chamam de Terra".
Bem, certamente minha missão diplomática iria requerer menos adaptação ao estilo de vida subterrâneo do que para o Illacme plenipes. Além, claro, da preocupação adicional de coordenar todas as pernas e suas diferentes destinações. Mas isso eu tiro de letra! Difícil vai ser calçar todos estes pés com tênis de trekking impermeáveis.
Taí uma boa campanha para o meu próximo Natal... Prometo pensar seriamente no assunto.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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