UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Invertidas

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Invertidas

Assistindo estarrecida ao ataque à Faixa de Gaza, não pude evitar a ideia de que 2012 será certamente conhecido como "o ano que deixou nossas vidas de pernas para o ar". Apostando nesta constatação, conquanto de maneira humorística, o jornal  Hoje em Dia online conseguiu alanvacar duas variações sobre o mesmo tema: a bizarrice das coisas invertidas.

Em primeiro plano, está a notícia sobre a casa construída em 2006 pelo empresário polonês Daniel Czapiewski (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/bizarro/casa-de-cabeca-para-baixo-e-contra-injusticas-do-mundo-1.58300). A foto confirma para os leitores incautos que, por ventura, vierem a ler a notícia: a casa de Czapiewski  foi construída de cabeça baixo, de modo que "os móveis da residência também estão em posição invertida, o que aguça a curiosidade de quem entra na residência".

A curiosidade despertada, no entanto, não deve ter um fim em si mesma: "a ideia é transformar a atração em um símbolo de todas a injustiças contra a humanidade", já que nela se encontra "uma exposição de pinturas polacas que ilustram temas como pobreza, terrorismo, desastres naturais, guerra, comunismo e fascismo".

Também achando graça em ver inveertida a posição das coisas ordinárias está a canadense Hana Pesut, que decidiu "transformar fotos divertidas em livro" (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/bizarro/imagens-de-casais-invertidos-v-o-virar-livro-1.58365). A peculiaridade da iniciativa da canadense reside no fato de que as fotos foam cedidas gentilmente por casais de internautas que toparam tirar fotos, lado a lado, em duas situações distintas: primeiro, cada qual com sua própria roupa; em seguida, cada qual com a roupa do companheiro(a).

Uma pena, no entanto, a notícia em questão terminar abruptamente, com uma frase pela metade, evidenciando o descuido do repórter responsável. O máximo que ficamos sabendo é que, "chamada de 'Switcheroo', a iniciativa ficou famosa na web".

Na falta de elementos adicionais, cabem apenas elocubrações: e se o "experimento" de Pesut tivesse um sentido mais político? Mas caso a autora ainda não tenha pensado nessa possibilidade, fica aqui a minha sugestão: inverter, em suas fotos, casais que representem credos, cores, nacionalidades, religiões e filiações políticas rivais.

Bem, talvez faltem fotos suficientes que justifiquem uma extensa coletânea. Mas o exercício de reflexão não deixa de ser válido. Afinal, de onde vem a empatia senão do esforço de tentar se colocar - humilde e humanamente - na posição ocupada pelo outro?  

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