Pequenas mortes e recomeços acontecem aos borbotões, todos os dias. Mas só alguns deles nos fazem parar para pensar. Casos mais raros ainda são aqueles em que a morte dá margem à celebração da vida.
Por exemplo, a mulher mais velha do mundo - a Sra Maria Gomes Valentim, por sinal, mineira de Carangola - faleceu no auge dos seus 114 anos e 313 dias (morre-brasileira-de-114-anos-eleita-mulher-mais-velha-do-mundo-pelo-guinness-924734615). Ela teve a sorte de morrer a tempo de ser a primeira brasileira a provar sua longevidade ao Guiness Book of Records.
Aliás, se formos pensar bem, entrar para o Guiness por longevidade é uma verdadeira façanha: uma autêntica corrida contra o relógio, algo como marcar o gol nos últimos segundos da prorrogação. Uma existência dessas tem mais que ser comemorada, quem sabe até com uma cerveja Guiness, em homenagem ao grande feito.
No mesmo dia, em Curitiba, mulher dá à luz filha gerada por inseminação artificial (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/933267-mulher-da-a-luz-filha-gerada-com-semen-do-marido-morto.shtml). Até aí, nada demais.
A novidade aqui é que o pai biológico já falecido de câncer oito meses antes do início da gestação, justamente quando sua esposa, mãe da criança, fazia tratamento para engravidar. Para realizar o intento, foi necessário uma autorização da Justiça para que o sêmen do falecido pudesse ser utilizado na inseminação. O resultado prático dessa iniciativa é "um novo recomeço" para vida da mãe, segundo as palavras da própria.
Assim sendo, e aproveitando o súbito clima que otimismo que passou a reinar nesse blog, vou ficar por aqui, agradecendo à vida, mas reclamando só um pouquinho (que é para não perder o hábito): por que eu não nasci com uma voz dessas???
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário