
Perto só quando dava
Quando muito ali defronte
E o horizonte acabava
Hoje lá trás dos montes
dendê em casa camará
Ê volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará"
Quem não se lembra desses versos da canção "Parabolicamará", do Gilberto Gil? Eles nos contam das mudanças trazidas no dia-a-dia das pessoas mais simples com o advento de novas tecnologias nas comunicações. E, principalmente, de como a nossa percepção do tempo ficou alterada com essas mesmas tecnologias.
O comentário de hoje trata de antigas "novas" tecnologias de comunicação. Ou melhor, de publicidades que traziam as últimas novidades nos suportes técnicos no início das décadas de 1980, 1990 e 2000, respectivamente. O que elas têm em comum? Elas que encurtaram as distâncias entre eu, você e o mundo pelo menos um pouquinho. Na pior das hipóteses, elas tornaram esse contato no mínimo mais confortável.

Pois esta publicidade do telefone com teclas da Gradiente informa justamente sobre a praticidade da tecla de memória no seu novo aparelho telefônico: "quando o número estiver ocupado, basta apertar esta tecla e ele realiza a ligação sozinho. Já pensou como isso vai facilitar a sua vida?" Para você, que acha simplesmente impossível imaginar um celular sem registro de chamadas não atendidas, imagine então como era na época do telefone de disco. Atendeu, bem. Não atendeu? Então liga de novo até alguém do outro lado te atender.


Desnecessário dizer que nem tudo o que é novidade um dia, vai necessariamente permanecer no mercado para sempre. Desde os anos 1990, as câmeras domésticas foram sendo tão reduzidas e cada vez mais portáteis, que acabaram perdendo sua exclusividade existencial, passando a compartilhar espaços cada vez mais exíguos como o do celular e o da câmera fotográfica.


Agora dê uma olhada no texto de cada uma dessas publicidades. Viu também como ele foi sendo enxugado ao longo do tempo? Além de ter ficado bem mais curto e objetivo, ele passou a se sobrepor à imagem, graças aos novos recursos da edição de imagens digitalizadas via computador, passando a ocupar a totalidade da página. Texto mais curto, distâncias e tempo gasto com leitura idem!
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