UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Continuidade e ruptura

segunda-feira, 12 de março de 2012

Continuidade e ruptura

A vida é uma sucessão de continuidades e rupturas.

No que se refere especificamente às continuidades, estas podem ser longas ou recentes. No plano dos feitos terrenos, a mistura de chuva e greve dos rodoviários permanecem sendo sinônimos irrefutáveis de caos absoluto na Roça Grande (http://www.hojeemdia.com.br/minas/motoristas-enfrentam-transito-lento-na-volta-para-casa-1.418570). No plano das continuidades de curto alcance, está a tempestade geomagnética ocorrida em razão de uma série de explosões solares iniciadas na semana passada (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1060521-ira-cancela-cerimonia-para-diretor-vencedor-do-oscar.shtml); .

Isso significa que a vida anda sem surpresas? De jeito nenhum. Mas elas também podem ser descritas em função do seu caráter mais ou menos radical. Por exemplo, a decisão das autoridades iranianas de cancelarem a cerimônia de homenagem ao cineasta também iraniano, Asghar Farhadi, diretor do longa-metragem que ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro com "A Separação", é uma ruptura que comporta nível médio de radicalidade (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1060521-ira-cancela-cerimonia-para-diretor-vencedor-do-oscar.shtml).

Não que a retaliação do governo iraniano tenha sido totalmente inesperada. O que surpreende mesmo é que eles tenham reconhecido publicamente o mérito do filme, na ocasião da premiação: "Os governantes do país já haviam parabenizado o diretor pelo Oscar e chegaram a dizer que o prêmio era uma grande conquista para a cultura do país".

Que o estardalhaço causado pelo filme no Ocidente seja "politicamente motivado", não há dúvidas (e nem é ruptura coisa nenhuma). Mas nem por isso o filme de Farhadi deixa a desejar em termos de qualidade. Pelo contrário, deveria ter ganhado o Oscar de melhor roteiro. Mas, se ele tirasse esse prêmio do queridinho Woody Allen, aí, sim, veríamos sérios sinais de ruptura radical no horizonte.

A questão é: quantas tempestades solares seriam capazes de alterar padrões solidamente ancrados na nossa querida Terra? Questão filosófica que discutirei logo mais com os carneirinhos do meus sonhos.

E, para quem fica, boa noite!

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