UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Três Dê

segunda-feira, 26 de março de 2012

Três Dê

Ajoelhou, tem que rezar. E assim, vamos terminando esta bela noite estrelada de segunda-feira requentando algumas notícias e especulando outras.

A semelhança do assassinato de "Crônica de uma morte anunciada", do colombiano Gabriel García Márquez, a descida do cineasta James Cameron às profundezas das famosas Fossas Marianas já havia sido anunciada aos quatro ventos. Seu objetivo era trazer alguma imagem inédita das Fossas Marianas, ponto mais profundo dos nossos oceanos, situado a 10,9 mil metros da superfície (http://cronicasdejuvenal.blogspot.com.br/2012/03/dedicatoria.html).

Faltava, no entanto, o óbvio: cumprir-se o prometido.

Claro, tal feito não teria metade da atenção que lhe está sendo atribuída, se seu relato não estivesse entremeado de certos detalhes pitorescos. Dentre eles, o fato de Cameron ter praticou yoga para fazer seu 1m90cm no bastiscafo, um minisubmarino de apenas 1,09 metro de largura (http://oglobo.globo.com/ciencia/a-viagem-ao-fundo-do-mar-de-james-cameron-4411926).

"Acabei de chegar ao ponto mais profundo do oceano", replica a matéria publicada hoje no O globo online. "Chegar ao fundo nunca foi tão bom. Mal posso esperar para dividir com vocês o que estou vendo". Bem, se ele mal pode esperar, nós ainda estamos esperando... Principalmente se o relato vier acompanhado das popularização das impressoras 3D, como anuncia matéria publicada hoje na Folha online (http://www1.folha.uol.com.br/tec/1066221-impressao-3d-comeca-a-ficar-mais-acessivel-no-brasil-saiba-como-ela-funciona.shtml).

"Usadas hoje principalmente por empresas, para criação de protótipos, e por profissionais como designers e arquitetos" para a produção de "peças criadas em programas de desenho tridimensional", a impressora 3D adota a retórica de Cameron e promete mundos e fundos: em um futuro não muito longínquo, espera-se que "baixar um par de tênis, produzir um aparelho eletrônico na sua casa ou receber o transplante de um órgão produzido inteiramente em uma máquina, a partir de algumas células humanas".

A propósito, se você é amante de façanhas as mais variadas, saiba que já possível "hoje, com máquinas que custam alguns milhares de reais", "produzir brinquedos, apetrechos e peças plásticas" com o auxílio dessas impressoras.

Ao que parece, o cumprimento da promessa não anda tão distante assim. o melhor ainda está por vir. Rodrigo Krug, diretor da empresa Cliever, anunciou que lançará em maioa primeira impressora 3D fabricada no Brasil, que custará em torno de R$ 4.000. "Em vez de comprar um produto fabricado na China, você comprará um design, que poderá ser impresso na sua casa", prospecta Krug.

Enquanto esperamos o óbvio - cumprir-se o prometido - ficamos elocubrando de onde o sr. Krug tirou tanto otimismo: quem garante que o design não será ele também passível de pirataria? Com os chineses a postos, em breve desfrutaremos das imagens de Cameron em 3D. E cumprir-se-á o óbvio.

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