UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Guerra Fria

terça-feira, 20 de março de 2012

Guerra Fria

A política de controle e de invasão da privacidade dos funcionário pode chegar às raias da loucura nas corporações americanas. E a rede social Facebook tem virado o principal vetor desse controle.

"Bobeou, a gente pimba!" parece ser o lema por lá: órgãos públicos vêm solicitando aos seus candidatos a emprego que revelem a sua senha de acesso ao Facebook: "Pedir a senha de um candidato é mais comum entre órgãos públicos, especialmente entre polícias e serviços de atendimento a emergências", relata matéria publicada hoje no O Globo online (http://oglobo.globo.com/tecnologia/nos-eua-empregadores-agora-exigem-que-candidatos-informem-senha-do-facebook-4368337).

Obviamente, mesmo sendo a legalidade da prática questionada por alguns, outros tantos continuam a fazê-lo sem a menor desfaçatez. Além disso, "empresas que não chegam a exigir as senhas têm tomado outras medidas, como pedir aos candidatos que adicionem na rede social funcionários do departamento de recursos humanos da companhia ou acessem o site na frente do entrevistador". E a coisa não para por aí. "Alguns profissionais já empregados também têm sido obrigados a assinar um acordo que os proíbe de criticar o empregador nas redes sociais".

Como se não bastasse o gerenciamento abusivo de opiniões - leia-se censura - há quem banque o hacker por lá também. "Outras companhias também estão usando programas de computador que vasculham os perfis dos candidatos no Facebook". E como isso se dá? Simples: empresas do porte e do renome da Sears solicitam ao seus usuários que acessem a página da companhia a partir de sua conta no Facebook. "Dessa forma, o aplicativo consegue informações como a lista de amigos do candidato". Pode? Uai, parece que pode!

No final das contas, fica parecendo mesmo é aqueles filmes de espionagem em plena Guerra Fria. Contudo, todavia, porém... é bem pior! Na Guerra Fria, pelo menos, existia um inimigo externo, diabolizado, contra quem lutar. E naquele momento, o demônio era (supostamente) o outro. Mas agora, o demo está em toda parte, até nos lugares mais insuspeitos: por exemplo, o "Departamento de Justiça americano considera crime federal o acesso irregular a uma rede social, mas o próprio órgão disse recentemente no Congresso que esse tipo de violação não está sujeita a processo".

Casa de ferreiro, espeto de pau.

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