UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Lua cheia, tempestade solar

quarta-feira, 7 de março de 2012

Lua cheia, tempestade solar

Não é todos os dias que temos olhos para ver a beleza dos paradoxos da Mãe Natureza. Quem ainda não os tem, saiba que a hora é agora: em plena entrada de lua cheia, a terra passa por uma das mais importantes tempestades solares dos anos mais recentes.

"As últimas explosões na superfície solar estão provocando as maiores tempestades geomagnéticas enviadas à Terra nos últimos cinco anos, conforme afirmou nesta quarta-feira (6) especialistas em meteorologia espacial", explica a matéria publicada hoje no jornal Hoje em Dia online (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/terra-enfrenta-maior-tempestade-solar-dos-ultimos-5-anos-1.416363). Cientistas afirmam ainda que o evento pode interferir diretamente "redes de energia e sistemas de navegação por satélite", podendo causar "ruído nos sistemas de imagem dos satélites".

De uma beleza singular, o fenômeno incidiu sobre uma região muito ativa do sol, conhecida como 1429: "No local houve uma grande explosão solar simultâneamente com uma rajada de plasma, o que gerou uma massa de ejeção coronal, que se deslocou à Terra", conforme podemos ver nesse vídeo postado no Youtube pela NASA:



Não sei se NASA concordaria, mas para mim o fenômeno mais parece um beijo do sol na face da lua. Presente divino, que celebra a grandeza e a beleza do feminino em nosso universo. Um gesto nobre, tão tocante quanto a despedida das gorilas Imbi e Kifta de Idi Amin, até então o único gorila vivo na América do Sul, residente há 37 anos no jardim zoológico da Roça Grande.

"O gorila faleceu na área onde era alimentado e examinado por especialistas. Idi Amin foi vítima de uma parada cardiorrespiratória que ocorreu logo após ele receber uma anestesia com tranquilizantes", relata a matéria também publicada no Hoje em Dia online (http://www.hojeemdia.com.br/minas/zoologico-de-bh-prepara-homenagem-para-o-gorila-idi-amin-1.416421).

Foi Herlandes Tinoco, chefe da seção de Veterinária do Zoológico, quem imprimiu na matéria o relato da despedida: "Durante todo o tratamento, as duas demonstravam carinho, sempre cheirando o Idi e, após a medicação, e quando elas o viram morto, tocaram nele, dando a ideia de que estavam se despedindo".

Outro gesto pleno de sentido. Idi Amin, gorila cuja trajetória foi marcada pela solidão, acabou convivendo pouco com suas duas namoradas: "As fêmeas chegaram à capital em agosto do ano passado, vindas do Reino Unido, e a esperança era a de que os animais conseguissem se reproduzir em cativeiro".

Diante do exposto, concordo em parte com a sábia reflexão da mãe de uma amiga minha, segundo a qual Idi Amin estaria finalmente livre, pois, "ao contrário de muitos de nós, conhecia suas grades". Mas houve também um tempo em que a esperança reinou no cativeiro, materializada no sonho da reprodução. Ela não aconteceu. Mas todas as fêmeas receberam hoje o beijo do sol, que há de fecundar nossas almas e encher de esperança o coração de cada uma de nós.

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