UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Dimensões paralelas

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dimensões paralelas

Confesso que fiquei até comovida com a morte de Yoda - considerada a cadelinha mais feia do mundo em um concurso ocorrido em 2011, na Califórnia (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/morre-yoda-a-cadelinha-mais-feia-do-mundo-1.419823). A pequena Yoda, fruto de um cruzamento genético de fins trágicos entre as raças "cão de crista chinês" e "chiuaua", acabou ficando notável pela sua feiúra comovente: dotada de traços marcantes, era capaz de inspirar piedade até nas criaturas mais insensíveis deste planeta.

Pobre Yoda! Era a encarnação daquilo que aqui na Roça Grande se convencionou chamar de "fiotim de cruz-credo", logo ela que "pesava apenas 0,8 quilos e tinha poucos pelos e uma longa e fina língua". Bonita não era, mas morreu que nem uma debutante, "aos 15 anos de idade, enquanto dormia". Morte justa, a meu ver.

A vantagem de Yoda é que ela, muito provavelmente, nunca tentou provocar toda a atenção de que foi alvo ao longo de sua vida. Ela é a própria antítese das celebridades instântaneas que fazem de tudo - inclusive muita plástica - para aparecer nas páginas diárias dos jornais.

A bem da verdade, nem tenho nada de substantivo para dizer sobre essas celebridades que buscam lugar ao sol em função da sua suposta beleza, exceto que nós parecemos habitar planetas distintos. Na melhor das hipóteses, vivemos em dimensões paralelas neste mesmo planeta. Nossas realidades não se cotejam, assim como nossos referenciais de beleza, inteligência, feminilidade e sensibilidade.

Mas até aí, tudo bem. Elas lá, eu cá, cada qual no seu quadrado, cada qual na sua órbita, sem risco de colisões. Mas no meu planeta a pequena Yoda será sempre benvinda: o mundo precisa de comoção involuntária e não-premeditada. Descanse em paz, Yoda! E volte feliz para o seu planetinha de origem, bem longe dos holofotes e mais perto dos anjos.

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