O outono é, via de regra, aquela estação em que as árvores se despedem das folhas mais velhas.
E assim termina este dia tipicamente outonal: com duas folhas maduras tocando docemente o solo para encerrar seu ciclo de vida e cumprir sua função nesse mundo. Millôr Fernandes (http://oglobo.globo.com/cultura/frases-marcantes-de-millor-fernandes-4433871) e Ademilde Fonseca (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1068349-ademilde-fonseca-a-rainha-do-choro-morre-aos-91-no-rio.shtml) serão certamente lembrados pelos tempos em que floresceram na árvores dos grandes talentos.
Mas, como nos lembra o próprio Millôr, "o cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima". Emocionada, a rainha Ademilde Fonseca responde com o meu choro preferido:
"Ai, meu chorinho
Eu só queria
Transformar em realidade
A poesia
Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom
De um chorinho chamado Odeon"
Missão cumprida! Já podem partir.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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