UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Apogeu e perigeu

terça-feira, 22 de maio de 2012

Apogeu e perigeu

Nem todos tiveram o prazer do testemunho ocular, mas ainda assim valeu a pena "folhear" as fotos na Internet: mesmo tendo sido visível apenas em algumas regiões da Ásia e da América do Norte, nossas retinas foram presenteadas com essas belas imagens do eclipse solar de ontem (http://oglobo.globo.com/ciencia/durante-eclipse-solar-estrela-ficou-parecida-com-um-anel-4955127).

Aliás, este mês tem sido fértil em espetáculos celestes desta natureza. Há duas semanas atrás, tivemos a oportunidade de testemunhar a famosa Superlua, momento em que nosso satélite alcançava o ponto mais próximo da Terra na sua órbita, o que fez com que ele parecesse "até 14% maior e 30% mais brilhante".

Passado tão pouco tempo, um novo fenômeno ocorre justamente no momento oposto, isto é, no ponto em que a lua estava mais afastada da Terra. Exatamente por isso, a lua, ao ficar "na frente do Sol, pareceu ser um pouco menor que a estrela. Como não foi totalmente coberto, o Sol ficou com a aparência de um anel muito brilhante", conforme descreve a matéria publicada hoje no jornal O Globo online.

Pois é a lua que nos ensina: a vida é feita de apogeus e perigeus, isto é, de momentos em que estamos mais próximos e mais distantes daquilo que escolhemos como o centro da nossa existência. A questão é que poucos de nós temos realmente ciência do eixo em torno do qual orbitamos ciclicamente. Isto é: quais são, de fato, nossos anseios prementes, nossas reais motivações, aquilo que nos faz acordar de manhã e chegar até o final do dia certos de termos cumprido nossa missão?

E assim como a Terra, que se move em torno de um sol, centro do nosso sistema, nossos anseios e motivações também mudam de lugar. E eles têm seu próprio sol - seu próprio eixo de referência - e acabam levando todos nós, luas orbitantes, consigo  no espaço. Em outros termos, nossos anseios e desígnios nunca são gratuitos; eles nos levam a reboque até o resultado dos nossos atos.

Estranhos momentos estes de apogeu existencial, em que nos distanciamos - mesmo que momentaneamente - daquilo que realmente nos move. São momentos de teste, pois a distância torna o nosso alvo (no caso, a "nossa" Terra) menos nítido e, portanto, mais difícil de ser divisado.

Que fazer então? Mudar de órbita? Talvez simplesmente esperar que coisas fantásticas como este último eclipse possam nos acontecer, nos colocando frente a frente com o sol da consciencia para pedir a ele nosso bem maior: clareza dos nossos erros e também das nossas qualidades. E aí então, por sorte ou  merecimento, tudo aquilo que nos move, passará também a nos comover.

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