UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: À mesa

quarta-feira, 13 de junho de 2012

À mesa

Vocês podem até achar que é picuinha minha, mas ao final deste comentário verão que não é. Jornalistas deste meu Brasil, ouçam o meu clamor: parem de castigar a Flor do Lácio!

Admito que a discussão tinha até começado bem, já que a matéria detalhava um estudo publicado pelo maior site americano de empregos, o CareerBuilder. Refiro-me, mais especificamente, à notícia publicada hoje no jornal O Globo online abordando o risco de sedentarismo e, consequentemente, de ganho de peso em função da profissão exercida. "Segundo o estudo, 44% dos trabalhadores entrevistados ​​disseram que engordaram em seu emprego atual. O maior culpado: o sedentarismo", relata (http://oglobo.globo.com/emprego/trabalhar-engorda-especialmente-em-algumas-profissoes-5177324#ixzz1xdkHG7De).

Após uma breve explanação das "profissões de risco" -  a saber, agente de viagem, advogado/juiz, professor, serviços de proteção (policial, bombeiro), assistente social, artista/designer/arquitetos, assistente administrativo, físico, profissional de marketing/relações públicas e profissional de Tecnologia da Informação - eis que o redator da notícia acaba dando uma bela escorregada na casca de banana: "De acordo com o estudo, 54% dos participantes atribuíram o seu ganho de peso ao fato de passar praticamente o dia inteiro sentados em suas mesas".

Ora, se levarmos o comentário ao pé da letra, poderemos inferir uma solução rápida e simples para o problema do sedentarismo no trabalho: em vez de "sentar em suas mesas", os funcionários deverão "sentar em seus lustres", "em seus telhados", "na calha da varanda", "ao final de vinte lances de escada" - ou seja: eles deverão se sentar em algum lugar difícil de chegar, mas cujo esforço será recompensado com a queima de calorias.

Quanto ao pobre infeliz que escreveu esta pérola, aconselho aulas particulares de português para entender que "sentar em sua mesa" não é, não será, nem nunca foi a mesma coisa que "sentar junto à mesa".

E quanto à mim, que sobrevivo graças a uma profissão de "alta periculosidade", vou tratar de dormir logo para amanhã poder nadar meus 3 mil metros com o corpo e a consciência bem leves.

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