UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Espaço aéreo

terça-feira, 12 de junho de 2012

Espaço aéreo

Restrições no espaço aéreo brasileiro previstas para acontecer durante o evento Rio+20 têm ocasionado o cancelamento de uma séria de voos.

Pelo menos é o que afirma a notícia publicada hoje no site Folha online sobre os cancelamentos da companhia aérea Gol: "Foram oito voos cancelados no dia 20 de junho, 30 voos no dia 22 e três cancelamentos no dia 23", detalha (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1103048-gol-cancela-mais-de-40-voos-no-galeao-por-causa-da-rio20.shtml).

A razão para tanto cancelamento tem a ver com estirpe dos ilustres visitantes que prometeram comparecer ao evento: em maio deste ano, outro reportagem da Folha  já havia revelado que "o governo pretendia fechar parcialmente o tráfego aéreo no Galeão entre os dias 20 e 23 de junho para receber os voos de mais de cem chefes de Estado que participarão da conferência". No entanto, segundo informa a matéria, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, negou a existência de restrições nestes dias. "No máximo, disse, haveria um remanejamento de voos no dia 22 entre as 16h30 e as 22h, quando a maior parte dos líderes deve chegar".

Enfim... enquanto o poder público decide se o fechamento é ou não verdade e a companhia Gol corre atrás do seus usuários para reacomodá-los em outros vôos, eu fico aqui pensando na necessidade de se fechar o espaço aéreo em função da chegada de terceiros. Tá certo que estes "terceiros" são a autoridade máxima de seus respectivos países, mas o negócio é o seguinte: EU também quero um dia fechar o espaço aéreo deste país.

E quero mais! Quero descer em tapete vermelho no Galeão e ser recebida por fanfarra. Quero também seguir no alto de um daqueles caminhões do Corpo de Bombeiros, cercada por todos os lados de batedores da Polícia Militar. Um cortejo a céu aberto, pétalas de flores lançadas do alto dos edificios, cartazes, gritos, lágrimas, comoção pública. E, por fim, uma solenidade para poucos convidados na sede do governo. Outra fanfarra. Mais gritos, mais lágrimas, mais comoção. Desmaios na multidão. Um rebu danado nas redações, coletiva de imprensa, declaração para a posteridade. E a TV filmando tudo, enquanto o povo ensandecido vai tuítando, facebookando, compartilhando... 

Tudo isto, senhoras e senhores, porque EU consegui sobreviver milagrosamente às provações sofridas ao longo deste dia. E por tamanha façanha, mereço ser saudada como uma autêntica heroína nacional!

Fica a dica, Dona Dilma.

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