UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Pronta-entrega

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pronta-entrega

Se tudo aqui na Terra passou, está passando ou passará pelo processo de privatização e/ou terceirização, por que isto não aconteceria também nos céus?

E assim é: "A cápsula Dragon, primeira nave desenvolvida pela iniciativa privada a se acoplar à Estação Espacial Internacional (ISS), voltou à Terra nesta quinta-feira" e acabou caindo em pleno Oceano Pacífico, perto da Califórnia, às 12h45 (http://oglobo.globo.com/ciencia/dragon-volta-terra-apos-missao-de-cinco-dias-5080158#ixzz1wVS8j5LK).

Lançada em 22 de maio deste ano, a Dragon permaneceu pouco mais de cinco dias no espaço para testar uma nova modalidade de serviço: "Neste voo de teste, a nave levou cerca de 600 quilos de suprimentos e experimentos não essenciais para a órbita, trazendo de volta aproximadamente o mesmo peso em experiências já executadas e lixo".

Com isso, espera-se que a Dragon - espécie de office-boy robotizado construído pela empresa Space Exploration Technologies (SpaceX) - seja o "profissional" mais bem pago pelos serviços prestados pela categoria em toda a Galáxia: "Com o sucesso da missão, a SpaceX espera receber sinal verde da Nasa poderá começar a cumprir o contrato de US$ 1,6 bilhão com a agência espacial americana para a realização de 12 voos de carga para a estação até 2015".

E por falar em voltar a Terra, hoje está fazendo três anos que eu voltei a esta nossa terra, a Terra brasilis. De vez em quando, tenho a impressão de levar a vida como a Dragon: um bólido despencado do céu, à deriva, esperando que a sorte ou o destino venham me salvar. Fato é que nunca imaginei que passaria pelas coisas que passei nesses últimos três anos. Mas nunca me arrependi de ter voltado, nem sequer quis reaver o que deixei para trás. Para mim, o passado acabou, o presente é incerto e o futuro a Deus pertence. De todas as lições, esta foi a mais bem aprendida.

Agora, se o plano em que vivo é o das incertezas ou se é o das possibilidades múltiplas, isto pouco importa: os tempos de "estabilidade" acabaram sendo fortuitos demais para que eu fincasse o pé em alguma coisa que não fosse uma boa trilha nas montanhas.

Mas, voltando à metáfora do bólido, é necessário reconhecer que o pior já passou: escapei do risco de desintegração ao entrar na atmosfera terrestre. Agora só falta a NASA me descobrir e oferecer um contrato bilionário pelos próximos três anos.

Ótima ideia, não?










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