Viver é natural. Morrer também. Mas há vidas e mortes que têm um quê de sobrenatural.
Essa notícia publicada hoje na Folha online sobre o menino que acordou durante o próprio velório não deixa margem para muitas dúvidas: o caso é realmente do outro mundo!
"Uma criança de dois anos acordou, sentou no caixão e bebeu um copo de água durante seu próprio velório no sábado (2), em Belém, segundo parentes e pessoas presentes no local" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1101381-crianca-acorda-e-pede-agua-no-meio-de-seu-velorio-diz-familia.shtml).
O menino Kelvys Simão dos Santos chegou a ser levado para o hospital, mas acabou chegando morto. Enquanto a polícia civil investiga a possibilidade de erro médico na declaração da primeira morte, "há quem diga que foi um milagre ou algo sobrenatural". Pelo menos, é o que acreditam as 50 pessoas presentes no velório.
Um outro caso digno de menção foi o falecimento da única filha de Oscar Niemeyer, Anna Maria Niemeyer, aos 82 anos de idade. "O hospital informou que a causa da morte foi enfisema pulmonar", revela notícia publicada no mesmo jornal (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1101215-aos-82-anos-morre-a-unica-filha-de-oscar-niemeyer.shtml).
Neste caso específico, três interpretações são possíveis e plenamente conciliáveis: é natural alguém morrer aos 82 anos, como Anna Maria; é anti-natural uma filha morrer antes de seu pai, partindo-se do princípio de que este era 22 anos mais velho; é sobrenatural alguém como Oscar Niemeyer chegar lúcido e saudável aos 104 anos.
O ditado já dizia: "para morrer, basta estar vivo". Mas para compreender os mistérios da vida e da morte, não tem outro jeito: é preciso nascer e morrer muitas vezes!
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
é nesta vida mesmo que nasce e morre muitas vezes.... um dia tem aquela partida de todos e de tudo.
ResponderExcluirIsso mesmo, Valéria. E é esta estranha naturalidade das coisas que nunca cansa de nos surpreender.
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