UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: No sofá

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

No sofá

Chuva: mesmo que eu quisesse, não conseguiria pensar em outro tema para o comentário de hoje. É que não se falou de outra coisa aqui na Roça Grande, onde o volume de precipitações das últimas 24h foi o sétimo mais elevado desde que os índices pluviométricos começaram a ser medidos em 1910.

"Entre a noite de quarta-feira (14) e o fim da tarde desta quinta, a Defesa Civil Municipal registrou 153 milímetros de chuva em BH, o que representa quase a metade da média histórica prevista para dezembro, de 320 milímetros", vaticina um jornal local (http://www.hojeemdia.com.br/minas/bh-pode-decretar-emergencia-apos-7-maior-temporal-dos-ultimos-100-anos-1.382257).

Alagamentos em vários pontos da cidade, transbordamento do córrego do Onça (que deveria se chamar "Córrego da Enguia", já que ele vive escorregando para fora do leito), interdição de vias, árvores caindo, encostas deslizando, crateras se abrindo em plena rua, barracos desmoronando. Mas, afinal: o que dizer da chuva, quando tudo o que se lê a respeito é só luto e tragédia?

A solução, penso eu, é tentar manter os pensamentos secos. E como fazê-lo? Ora, desviando a atenção do grande caos instalado na cidade para alguma trivialidade que nos faça pensar na chuva (e em seus desdobramentos) sob outro viés.

Bem, já ia desistindo de pensar em algo de edificante, quando dei de cara com esta notícia da Folha online: "Mulher encontra filhote de foca descansando no sofá", dizia o título (http://f5.folha.uol.com.br/bichos/1021735-mulher-encontra-filhote-de-foca-descansando-no-sofa.shtml).

Não, o fato não ocorreu aqui na Roça Grande. E, caso acontecesse, não seria necessariamente com uma foca, claro (quando muito, com uma lontra). Enfim, o animal em questão foi encontrado por uma neo-zelandeza chamada Annette Swoffer (a cidade de origem não foi mencionada na notícia). Nada mal para um bebê: "o animal conseguiu atravessar uma rua movimentada, entrar no apartamento de Annette e percorrer uma escada antes de cruzar a cozinha da residência e se refastelar no sofá".

No meu caso, não queria nem lontra, nem foca, nem sapo, nem barata tonta. Se pudesse escolher, daria preferência para o Antonio Banderas. E se a questão é manter os pensamentos secos, nada melhor do que exercitar a imaginação povoando seu sofá com as personalidades de sua predileção. Só não vale colocar muitas celebridades juntas, do contrário seu sofá vai deixar de ser seu para se tornar o sofá da Hebe (Camargo).

Voluntários a postos: alguém aí se habilita a dizer quem gostaria de encontrar refestelado em seu sofá, depois de um dia de tanto encharcamento e trânsito infernal? Trilha sonora a postos: Frank Zappa nos diz (do Além) que é hora de colocar a imaginação a seco e para funcionar. Mãos à obra, então!

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